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JOHN KEATS
( Inglaterra )
John Keats (Londres, 31 de outubro de 1795 - Roma, 23 de fevereiro de 1821) foi um poeta inglês. Foi o último dos poetas românticos do país, e, aos 25, o mais jovem a morrer.[1] Juntamente com Lord Byron e Percy Bysshe Shelley, foi uma das principais figuras da segunda geração do movimento romântico, apesar de sua obra ter começado a ser publicada apenas quatro anos antes de sua morte. Durante sua vida seus poemas não foram geralmente bem recebidos pelos críticos; sua reputação, no entanto, cresceu à medida que ele exerceu uma influência póstuma significativa em diversos poetas posteriores, como Alfred Tennyson e Wilfred Owen.
A poesia de Keats é caracterizada por um imaginário sensual, mais visível na sua série de odes. Atualmente seus poemas e cartas são consideradas entre as obras mais populares e analisadas na Literatura Inglesa.
Filho de um cavalariço enriquecido, órfão a partir de 1804, muito jovem entusiasmou-se pela Grécia Antiga. Trabalhou como aprendiz de cirurgião durante cinco anos e depois foi nomeado externo do Guy's Hospital.
Keats estudou para ser farmacêutico, chegando mesmo a se formar. Porém, seu interesse por idiomas (dominava o latim e o francês), por história e mitologia o levou a exercer a literatura.
O trabalho de Keats raramente foi bem recebido pelo público e pelos críticos. Indiferente a isso, ele escreveu com abundância e qualidade, por toda a sua curta vida. Entre 1818 e 1819, concentrou-se em dois poemas importantes: Hyperion (inacabado), em versos brancos, sob a influência de John Milton, e La Belle Dame Sans Merci.
Dedicava todo tempo livre à leitura. Seus primeiros versos não mostravam o grande poeta que se tornaria, mas mesmo contra o conselho de amigos, publicou seus Poemas em 1817.
Abandonou a carreira médica para dedicar-se à literatura e começou a escrever o longo poema Endymion em 1818, que foi violentamente criticado. Tais críticas, no entanto, apenas estimularam o poeta a aprimorar seu talento.
No ano em que se publica Endymion, Keats encontrou Fanny Brawne.
Ela, a grande paixão de sua vida. Teve que separar-se dela em 1820, devido à tuberculose que ele havia contraído. Foi para a Itália, onde morreu poucos meses depois. Sobre seu túmulo, no Cemitério Protestante de Roma, foi esculpida a inscrição que ele mesmo redigira: Here lies one whose name was writ in water (Aqui descansa um homem cujo nome está escrito sobre a água). Em sua memória, Shelley escreveu o célebre poema Adonais.
Poucos poetas escreveram obras tão importantes em tão pouco tempo como Keats. Em 1820 foram publicados Lamia, Isabelle, A vigília de Saint Agnes, Hyperion e cinco Odes. Os erros e imperfeições de seus poemas iniciais haviam desaparecido totalmente. Apesar de Keats nunca ter publicado nada em prosa, suas cartas ao irmão demonstram uma penetração crítica e filosófica verdadeiramente notáveis.
Keats, o último e maior dos poetas românticos ingleses, exerceria uma profunda influência sobre Tennyson, Robert Browning, pré-rafaelitas e outros.
A extensíssima obra do poeta:
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TEXTOS IN ENGLISH - TEXTOS EM PORTUGUÊS
KEATS, John. Nas invisíveis asas da poesia. Tradução de Alberto Marciano, John Milton. 2ª. Edição. São Paulo: Iluminuras, 2021.
96 p. 13,5 x 20,5 cm. ISBN 978-655519-075-5
Ex. bibl. Salomão Sousa
WRITTWEN UPON THE TOP OF BEN NEVIS
Readme a lesson, Muse, and speak it loud,
Upon the top of Nevis, blind in Mist.
I look into its chasms, and a shroud
Vaporous doth hide them, — just so much I wist
Mankind do know of hell; I look o´erhead,
And there is sullen mist, — even so much
Mankind can tells off the heaven; mist is spread
Before the earth, beneath me, — even such,
Even so vague is man´s sight of himself?
Here are the craggy stones beneath my feet, —
Thus much I know that, a poor witless elf,
I tread on them, — that all my eye doth meet
I mist an crag, not only on this height,
But in the world of thought and mental might!
ESCRITO NO CIMO DO BEN NEVIS
Leia-me a prece, Musa, e em voz alta
No cimo do Nevis, vela na névoa!
Miro os abismos, e uma mortalha
De vapor os encobre — tal qual
O conhecimento do homem sobre o inferno; ergo os olhos
E vejo a soturna neblina — tal qual
O conhecimento do homem sobre o céu; a neblina se esparge
Sobre a terra lá embaixo, — tal qual,
Tão vago quanto o conhecimento do homem sobre si mesmo!
Aqui estão as pedras ásperas sob meus pés —
E tudo o que sei, eu, um pobre e tolo elfo,
É que piso sobre elas — tudo o que meus olhos veem
É neblina e rochas, não apenas nestas alturas,
Mas no mundo do pensamento e poder mental!
WOMEN, WINE AND SNUFF
Give me women, wine and snuff
Until I cry out "hold, enough!"
You may do so sans objection
Till the day of resurrection;
For bless my beard aye shall be
My beloved Trinity.
MULHERES, VINHO E RAPÉ
Dê-me mulheres, vinho e rapé
Até que grite "Chega!"
Pode fazê-lo sem objeção
Até o dia da ressurreição
Abençoe minha barba pois esta é
Minha adorada Trindade.
KEEN, FITFUL GUSTS ARE
WHISP´RING HERE AND THERE
Keen, fitful gusts are whisp´ring here and there
Among the bushes half leafless, and dry,
The stars look very cold about the sky.
And I have many miles on foot to fare.
Yet feel I little of the cool bleak air,
Or of the dead leaves rustling drearily,
Or of those silver lamps that burn on high,
Or of the distance from home´s pleasant lair:
For I am brimfull of the friendliness
That in a little cottage I have found;
Of fair-hair´d Milton´s eloquent distress,
And all his love for gentle Lycid drown´d;
Of lovely Laura in her light green dress,
And faithful Petrarch gloriously crown´d.
AGUDAS, LUFADAS INTERMITENTES
Agudas, lufadas intermitentes sibilam aqui e ali
Pelos arbustos semidesfolhados e secos;
As estrelas semelham tão frias pelo céu,
E tenho tantas milhas a trilhar.
Mas nem sinto o ar gélido e desolado,
Nem o monótono farfalhar das folhas findas,
Nem o incandescer brilhante das lanterna de prata,
Nem a distância de minha toca acolhedora.
Pois transbordo da amizade
Que encontrei numa pequena cabana;
Do ímpeto eloquente do louro Milton,
E de todo seu amor pelo gentil Lícidas afogado;
E da bela Laura em seu verde claro vestido,
E do fiel Petrarca gloriosamente coroado.
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EROTISMO & SENSUALIDADE EM VERSOS – antologia de poesias eróticas da antiguidade até aos nossos dias. Seleção: Renata Cordeiro. Ilustrações: Auguste Rodin. São Paulo: Landy Editora, 2005. 126 p. 15x24 cm. ISBN 85-7629-041-3
Ex. biblioteca de Antonio Miranda
Sumo de orvalho, mel agreste e essências
De ameno sabor me regalou
Eu te amo, declarou.
Para a sai encantada me levou
E lá bem suspirou profundamente
E lá cerrei seus feros tristes olhos
Assim beijados, dormentes, dormentes.
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Página publicada em janeiro de 2023
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